Existe
uma crença meio recorrente de que amor surge quando menos esperamos, quando
decidimos não amar, quando optamos por cuidar de nossas próprias vidas e nos
deixarmos levar pela maré. Mas espera aí, o destino seria tão implacável assim
que nos colocaria a pessoa perfeita enquanto não estamos dispostos em
encontra-la?
Todas
as vezes que comecei a amar foi algo intenso, de primeiro olhar, aquela
sensação morna no peito que com o tempo começa a virar brasa ardente e afogueia
o rosto. Nunca estava realmente esperando, com hora marcada para o amor, mas
estava disposto, se viesse e quando viesse seria bem vindo, tanto é que quando
veio aceitei, lutei por ele, fiz com que crescesse e se tornasse algo maior e
melhor, mesmo que não durasse eternamente.
Gosto
da esperança que contos de fadas nos passam, mas detesto a crença fanática,
quase cega, que tendemos a seguir. A busca pelo príncipe encantado, ou mais
atualmente pela pessoa que irá romper nossas barreiras, nossas muralhas. Sabe,
é cruel projetar no outro a missão de nos desbravar, quando na realidade o amor
é um desbravamento mútuo, plural, são várias unidades que se colaboram.
A
metáfora é a seguinte: pra que raios esperar por alguém que escale as muralhas
do castelo e te rapte mundo a fora, se você tem a capacidade de abrir a ponte e
permitir o encontro? Sei que é bonito ver o outro lutar pelo nosso amor, mas
também é bonito para o outro nos ver lutar, nos observar caminhar até ele ou
ela enquanto nos trazem um buquê.
O
amor surge da reciprocidade. Então, se quer amar, não siga a maré do “minhas
defesas estarão levantadas até que surja alguém capaz de rompe-las”, deixa
acontecer, aceita que acontece, e aproveita as oportunidades. Uma hora surge...
E aí você pode compartilhar a felicidade que já tem. Lembre-se sempre, queridas
e queridos, amor é compartilhar, não exigir do outro que nos tornem felizes, ta
bem? Ta bem.
Perfeito, é como penso.
ResponderExcluirque bom que gostou <3
Excluir