quarta-feira, 6 de julho de 2016

Um conto sobre signos... Câncer.


   Aquele era o momento preferido do dia dela. O toque suave dos lençóis, o carinho agradecido no cabelo castanho claro, o rosto encostado no peito que ressoava levemente. Os corpos desnudos, e as almas entregues. Respirava suavemente o perfume forte que ele usava, tentava gravar na mente cada textura e iluminação. Sorria para o nada, sentindo-se feliz.
  O conheceu anos atrás, muitos anos, não gostava de precisar a data para não denunciar a idade que começava a lhe tingir os cabelos. No primeiro instante soube quem ele era, a honra que carregava no peito, a sedução que trazia no olhar, e a vontade de tê-la que transpassava cada poro do jovem marinheiro. Era uma festa na casa de uma amiga que jamais contou ao pai que estava. Era proibida de sair, e por isso mesmo o fazia.
      Sentaram um de frente para o outro, ela roubou-lhe o chapéu de marinheiro, viu os cabelos loiros quase ralos, e saiu correndo, sendo perseguida, gargalhando enlouquecidamente. Desde o primeiro instante soube que ele a enlouquecia. Em todas as formas boas possíveis de se fazer isso.
         O primeiro beijo foi quase no fim da festa, ela estava deitada no chão, ofegando por ter corrido dele depois de lhe roubar pela terceira vez o chapéu. Ele posicionou-se acima dela, com um sorriso bobo no rosto, dizendo que a garota ficava linda quando respirava, uma completa tolice, mas que surtiu o efeito desejado já que a menina boba enamorada riu e permitiu-se ser tomada por lábios doces com sabor de refrigerante. Até hoje o amado dela não bebia nada alcoólico, e esse detalhe lhe fazia ainda mais apaixonada.
           Como toda canceriana, jurou-se de alma inteira pelo carinho que lhe era entregue. Prometeu amá-lo e respeitá-lo, e todas as promessas lindas feitas num altar. Como toda canceriana que desejava construir uma família, era feliz ao ver os filhos crescerem saudáveis, ao ensinar o que aprendeu por toda uma vida. Como toda canceriana amou, e o amava ainda, de corpo, alma e totalidade, sabendo que poderia até ser feliz sozinha, mas que era muito melhor poder compartilhar a felicidade que sentia.
  Não corria mais, porém abraçava como nunca. Dançava ao som da nostalgia. Aproveitava cada nascer do Sol. E naquele momento, o preferido dela, sabia, sempre sabia, que o frio era delicioso quando tinha alguém para lhe esquentar.


      Planeta regente: Lua (Emoção, ternura, acolhimento)
            Qualidades: Afetuosos (as), gostam de cuidar, acolhedores (as), tem um nível alto de sensibilidade.
            Defeitos: tem um nível alto de sensibilidade, insegurança, dificuldade em dizer não, manipulador (a) (geralmente através de chantagens emocionais).
              Cor: Azul.
             O que dar de presente? Algo que ele(a) queira muito, ou que tenha um significado especial para ambos. Clichês costumam ser bem-vindos nessas horas.
        O que não fazer nunca: Ser indiferente, individualista, grosseiro, e discordar dele(a) em tudo. Desprezar aquilo que ele(a) gosta.

           O que fazer: Ter paciência, ouvir, muito carinho, ouvir, mais carinho, ouvir mais um pouco. Abraçar, muito. Beijar também, que o beijo de quem é do signo de câncer costuma ser bom (dica).

5 comentários:

  1. Um sonho de conto.
    Me encanta todas as semanas.

    Amo-te <3

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  2. Um sonho de conto.
    Me encanta todas as semanas.

    Amo-te <3

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  3. Sensacional. Gostei muito do texto e da sinestesia e, como sempre, suas descrições do signo de câncer dizendo tudo sobre mim. Excelentes linhas!

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    1. Brigado Rafael, fico feliz que vc tenha lido e apreciado, sinceramente. Que bom que consegui captar seu signo ;) abraço

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