Entrei no salão. Meu
coração disparava, mas não poderia deixar que reparassem. Aquela era a festa
mais esperada pelo povo do meu vilarejo e minhas mãos suadas poderiam denunciar
o nervosismo... O rosto não. O rosto deveria estar impecável com um sorriso
pleno.
O cabelo em um coque quase
desalinhado, o vestido lilás com detalhes em ouro e as delicadas joias que
herdei de minha avó fizeram com que todos me olhassem espantados, suas bocas
enquanto salivavam pela nova dona da festa. Era uma garota pobre em uma festa
para ricos e nobres, alguns deles tendo me desrespeitado e outros humilharam
minha mãe em ocasiões passadas.
O anfitrião era um
comerciante que enricou com exportação e havia me dado um convite, pois eu o
pedi muito para isso e provavelmente achava que eu iria passar alguma
vergonha... Observou enquanto eu deslizava pelo mármore branco, sorriu para mim
e acenou. Lancei lhe um beijo com a mão e aproveitei a festa.
Em determinado momento
pedi a banda que tocava que mudasse um pouco o ritmo para algo mais agitado. Em
seguida fui ao centro salão e esperei calmamente. Nos primeiros toques soltei
meu cabelo, ajeitei o decote e comecei a me mover como se estivesse com alguém
ali.
Então o filho do anfitrião
se aproximou, puxou-me pelo braço e começou a guiar-me pela pista, onde todos
se afastavam e ficavam abismados com nossa ousadia. Eu era jogada de um lado
para o outro, me afastava e fingia fugir dele, e depois voltava com vontade
para ser recebida de braços abertos. Ria, gargalhava, e me sentia livre e cada
vez mais livre.
Convencido de que eu
pertencia a ele, tentou beijar-me a força, o que simplesmente rejeitei. Tentou mais uma vez no final da festa e dessa
vez outra pessoa veio avisá-lo de que eu não poderia beijá-lo. Essa outra
pessoa era meu motivo para estar na festa, aquele que me cortejava, que havia
me desafiado a encontrar alguém melhor do que ele.
Mas sabem... o final, o
final é ainda melhor. Não fiquei com o mauricinho nem muito menos com o
estúpido. Terminei o namoro, mandei-o pastar. Enfiei-lhe nas fuças toda a raiva
que me fazia sentir... não era obrigada a aguentá-lo.
Tempos depois conheci
alguém muito doce que me presenteava com flores e serenatas. Esse também
estivera na famigerada festa e me admirou ao longe pensando consigo que o mais
belo em mim não era o vestido, não era o cabelo, não era a joia ou mesmo a
forma de dançar... E sim o sorriso, a liberdade e a profundidade dos meus
sentimentos.
Como as librianas seduzem?
É fácil ser seduzido por
alguém de libra. Filhas de vênus, elas tem um poder de sedução que transpassa
nos poros, no beijo formidável, e na forma como falam. Librianas são como
sereias que sabem exatamente o que fazer e de forma quase inconsciente. Há uma
beleza em libra que beira a ingenuidade, a delicadeza, e alia-se a educação.
Mas a arma mais letal
delas é a ousadia de serem autênticas em toda cena que participam. Seja no
drama, seja na forma romântica, ou seja apenas no sorriso... É no momento de
ser o que desejar que as librianas encantam, seduzem... e apaixonam.
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