quarta-feira, 22 de junho de 2016

Um conto sobre signos... Touro.




Ela, com os cabelos crespos e volumosos, bebia calmamente o cappuccino observando os transeuntes da livraria. Os óculos grandes de armação avermelhada  delineavam as feições finas e delicadas de menina, que mesmo tendo mais de 20, aparentava ter menos de 16. Taurina, filha de vênus, gostava de apreciar calmamente o melhor café que provara e voltava ali tradicionalmente todas as sextas, fazia o mesmo pedido, e observava o mesmo rosto.
Aconteceu três meses antes, primeira vez que fora arrastada até ali pelo amigo de áries, o que se realizava com uma frequência assustadora para ela. Detestava novos lugares com café... E se fossem mais caros que o que costumava comprar? Ou pior... Se fossem mais amargos ou mais doces que o que ela gostava? Ou pior ainda... Se fossem caros e com gosto ruim?
Mas detestava incomodar, e o amigo sabia disso. Ele a arrastou dizendo que estava incomodado com a rotina anterior. De que vive um homem ou uma mulher se não de sua rotina? Taurinos raramente sentem tédio por que gostam dele, se dão bem com ele, conversam coisas maravilhosas enquanto assistem o programa de tv preferido, ou praticam algum outro exercício importante... Como comer.
Enfim... Ela foi arrastada. Sentou-se. Fez o pedido julgando muito todo o espaço. Havia escolhido a mesa de acordo com quatro quesitos: iluminação, ventilação, visualização do resto do espaço e principalmente a criação de uma bolha ao redor dela para que parecesse invisível aos demais. Julgou também o amigo que fez um pedido estranho que misturava cuscuz com carne e um esquisitíssimo cappuccino gelado.
Respirou fundo enquanto foi tragada pelo olhar do outro que se sentava à mesa da frente. Observou-o colocar o cabelo para trás das orelhas, o contorno do maxilar, as tatuagens exibidas que portava nos antebraços, e sumiam de vista pela manga da camisa cor de telha. Queria saber o final da tatuagem. Queria saber o final de si mesma.
E desde então voltava lá. Às vezes com o amigo. Às vezes sozinha. Tomava o café e esperava que ele viesse, sentasse a frente dela e continuasse lá. E ela aqui. Tinha paciência para esperar. Era teimosa o suficiente para saber que a vida traria o que precisava, não o que queria com urgência. Até que um dia talvez fosse arrastada mais uma vez. E dessa vez iria sem medo.


Planeta regente: Vênus (Beleza, Amor, Prazer).
     Qualidades: Pacientes, determinados, atrativos por natureza, práticos e realistas.
     Defeitos: Teimosos, possessivos, tem tendências a serem materialistas, tradicionalistas e com tendências a conservadorismos.
        Cor: Verde.
      O que dar de presente? Algo que demonstre o quanto ele vale pra você, algo útil, algo que ele goste muito, que denote conforto e requinte.
       O que não fazer nunca: Ignorá-lo, sufoca-lo, obriga-lo a fazer o que você quer sempre (ele não fará), não o obrigue a fugir da rotina todos os dias, não espere que ele vá se apaixonar pelas mesmas coisas que você e principalmente não projete nele expectativas exageradas.

        O que fazer: viva sua vida e molde a rotina de vocês, dê espaço, mas não suma de vista, converse sobre o que sente, demonstre seu afeto sem ser grudento, e vivencie um relacionamento que tem tudo para ser duradouro. 

4 comentários:

  1. Fico a imaginar a continuação do conto... Me bate uma ansiedade boa ao pensar se ela o reencontra. Rsrs
    Adorei Alêh!!!!

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    1. Ouwn Sah, fico feliz que cê ta acompanhando... Pois é, eu também fico com essa ansiedade, crio mil e um finais e não decido qual o melhor quando acaba assim... Mas vamos levando rsrsrs beijo grande!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Que massa Tandy, adorei. Sou taurina rsrs

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