Ela, com os cabelos crespos e
volumosos, bebia calmamente o cappuccino observando os transeuntes da livraria.
Os óculos grandes de armação avermelhada delineavam as feições finas e delicadas de
menina, que mesmo tendo mais de 20, aparentava ter menos de 16. Taurina, filha de
vênus, gostava de apreciar calmamente o melhor café que provara e voltava ali
tradicionalmente todas as sextas, fazia o mesmo pedido, e observava o mesmo
rosto.
Aconteceu três meses antes, primeira
vez que fora arrastada até ali pelo amigo de áries, o que se realizava com uma frequência
assustadora para ela. Detestava novos lugares com café... E se fossem mais
caros que o que costumava comprar? Ou pior... Se fossem mais amargos ou mais
doces que o que ela gostava? Ou pior ainda... Se fossem caros e com gosto ruim?
Mas detestava incomodar, e o amigo
sabia disso. Ele a arrastou dizendo que estava incomodado com a rotina
anterior. De que vive um homem ou uma mulher se não de sua rotina? Taurinos
raramente sentem tédio por que gostam dele, se dão bem com ele, conversam coisas
maravilhosas enquanto assistem o programa de tv preferido, ou praticam algum
outro exercício importante... Como comer.
Enfim... Ela foi arrastada.
Sentou-se. Fez o pedido julgando muito todo o espaço. Havia escolhido a mesa de
acordo com quatro quesitos: iluminação, ventilação, visualização do resto do
espaço e principalmente a criação de uma bolha ao redor dela para que parecesse
invisível aos demais. Julgou também o amigo que fez um pedido estranho que
misturava cuscuz com carne e um esquisitíssimo cappuccino gelado.
Respirou fundo enquanto foi tragada
pelo olhar do outro que se sentava à mesa da frente. Observou-o colocar o
cabelo para trás das orelhas, o contorno do maxilar, as tatuagens exibidas que
portava nos antebraços, e sumiam de vista pela manga da camisa cor de telha.
Queria saber o final da tatuagem. Queria saber o final de si mesma.
E desde então voltava lá. Às vezes
com o amigo. Às vezes sozinha. Tomava o café e esperava que ele viesse,
sentasse a frente dela e continuasse lá. E ela aqui. Tinha paciência para
esperar. Era teimosa o suficiente para saber que a vida traria o que precisava,
não o que queria com urgência. Até que um dia talvez fosse arrastada mais uma
vez. E dessa vez iria sem medo.
Planeta regente: Vênus (Beleza,
Amor, Prazer).
Qualidades: Pacientes, determinados,
atrativos por natureza, práticos e realistas.
Defeitos: Teimosos, possessivos, tem tendências
a serem materialistas, tradicionalistas e com tendências a conservadorismos.
Cor: Verde.
O que dar de presente? Algo que
demonstre o quanto ele vale pra você, algo útil, algo que ele goste muito, que denote
conforto e requinte.
O que não fazer nunca: Ignorá-lo, sufoca-lo,
obriga-lo a fazer o que você quer sempre (ele não fará), não o obrigue a fugir
da rotina todos os dias, não espere que ele vá se apaixonar pelas mesmas coisas
que você e principalmente não projete nele expectativas exageradas.
O que fazer: viva sua vida e molde a
rotina de vocês, dê espaço, mas não suma de vista, converse sobre o que sente, demonstre
seu afeto sem ser grudento, e vivencie um relacionamento que tem tudo para ser
duradouro.
Fico a imaginar a continuação do conto... Me bate uma ansiedade boa ao pensar se ela o reencontra. Rsrs
ResponderExcluirAdorei Alêh!!!!
Ouwn Sah, fico feliz que cê ta acompanhando... Pois é, eu também fico com essa ansiedade, crio mil e um finais e não decido qual o melhor quando acaba assim... Mas vamos levando rsrsrs beijo grande!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue massa Tandy, adorei. Sou taurina rsrs
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