quarta-feira, 20 de julho de 2016

Um conto sobre signos... virgem.



         Parou à frente do mar, descalça, sentindo as ondas acariciarem os pés dela com as unhas pintadas de vermelho, agradeceu. Fechou os olhos, a sandália na mão direita, abriu a esquerda em pura reverência e aceitação, e agradeceu mais uma vez. Respirou profundamente, sentindo o ar limpar-lhe a alma, acariciando o ego tão maltratado em outros momentos, e agradeceu por tudo e por todos que a cercavam, sentia-se em paz.
         Começou a andar na beira da praia. Havia fugido da última aula do dia, tomado uma água de coco, e agora saboreava o caminhar tranquilo enquanto poucos raios de Sol tingiam a costa. Sentia a brisa leve nos cabelos e sabor do sal nos lábios, e gosto verdadeiro de um sorriso que pertencia agora a si desde os poros até aos dentes. Estava plena.
         Suavemente, imaginando ouvir o canto doce das sereias que a cercavam no mar, pensou em como o mundo mudava e em como as vezes era necessário deixar de lado cada imensa obrigação que tinha com ele para cuidar das obrigações que tinha consigo. Ela, que limpava o apartamento ouvindo Chopin, e limpava o coração machucado das pessoas que lhe buscavam no consultório ouvindo as palavras delas, agora se limpava ouvindo o mais puro silêncio e retumbar das ondas, a tranquilidade do instante.
         Voltou a andar para a cidade, despedindo-se do mar. Gastou o tempo que precisava, não perdendo um segundo sequer. Valia a pena gastar o tempo consigo. Tornou a calçar-se, prendeu o cabelo em um coque, sentiu-se de alma despida e percebeu o olhar de um homem mais a frente, aproximadamente da mesma idade dela, que frequentava a mesma faculdade, mas cursos diferentes. No olhar ele carregava a serenidade de um sábio e nos lábios um pequeno sorriso de quem contemplava a vida. O mesmo que ela ostentava por aí.
O coração descompassou um segundo, o rosto afogueou, nas mãos certo nervosismo. Era virgem de signo e de amores à primeira vista. Mas conteve-se, desviou levemente o olhar,  fingiu não notar. Virou-se mais uma vez para o mar e fechou os olhos. Cansada de buscar por sinais que não existiam, decidiu esperar que lhe falasse. Pois assim, da sinceridade das palavras e atitudes honradas, poderia nascer o tão sutil e formidável... amor.


Astro regente: Mercúrio (Intelecto, Comunicação, Lógica)
        Qualidades: Organizados (as) e meticulosos (as), práticos e observadores. Capazes de analisar criticamente qualquer situação são excelentes desbravadores lógicos.
        Defeitos: Perfeccionismo exagerado, auto cobrança, criticidade, julga tudo.
        Cor: Amarelo!
        O que dar de presente? Algo bem feito, com estilo próprio, personalizado, mas principalmente: detalhado e milimetricamente organizado. Nada de dar algo torto, ta bem?
     O que não fazer nunca: Falar ou escrever errado (dica de uma amiga virginiana), desorganizar a vida e a casa dele (ou dela), desconcertar algo, desfazer os planos, pressiona-la (o).

   O que fazer: planos, construa algo com ele (ela), desafie-o (a) intelectualmente, aprenda e escute-o (a). Aproveite o tempo com ela (ele) fazendo algo agradável, não discutindo.


Agradecimento especial: Priscila Sanches Nery, por permitir a foto. Obrigado sua linda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário